domingo, 13 de fevereiro de 2011

A paz... Invadiu o meu coração...

Há muito tempo não escrevo, pois há tempos a inspiração não dava as caras, e para falar a verdade eu também não sei se ela virá hoje. Tratar de assuntos pessoais, de sentimentos, dores, perdas, realizações, é bem mais fácil  do que falar de um assunto como esse. A paz. Quem é que realmente não gostaria de viver num mundo pacífico, onde você não precisasse ter medo ao sair de sua casa, entrar em um ônibus, pegar um vôo até o Oriente Médio, ou qualquer coisa do tipo? É uma pergunta retórica, todos os que vivem nesse mundo de caos gostariam de viver num mundo de paz. Ninguém, por mais nacionalista que seja, por mais inconsequente que seja, vai em sã consciência para a guerra, sabendo que as chances de não voltar dela são enormes. Não entendo o significado das guerras, acho que nunca entendi, mas só fui me dar conta disso agora. Não entendo a razão de perder a vida por algo que não lhe é de direito. Discutindo isso com um amigo, chegamos à conclusão de que tudo isso é uma grande bobagem, pois na maioria das guerras, os combatentes não ganham nada, além de uma vida perturbada e uma medalha no peito. Quem se aproveita da guerra são os governantes, que ganham status a cada vez que entram em um lugar,o domina e lhe tira tudo o que for de seu interesse (do governo). Fazendo  uma analogia barata, com uma metáfora bem clichê, a guerra é como um jogo de xadrez, bem simples mesmo, onde todas as peças são o exército e o enxadrista é o governante. Cada movimento de um enxadrista, o aproxima de seu objetivo,conquistar o território alheio e derrubar seu governante. Mas cada um desses movimentos traz consequências para ele mesmo, a cada avanço, ele deixa pra traz suas peças também desprotegidas, a cada jogada, ele perde seus peões, torres e cavalos, e mesmo assim, mesmo que ele perca a sua linha de frente inteira, que perca tudo e só lhe reste uma peça, ele não desiste, e continua o jogo sem se render. A analogia barata acima tem o intuito de explicar que é assim que as coisas são também no mundo real, nas guerras. Quem perde são as peças, o povo, aquele pai de família que foi convocado, aquele irmão, aquele marido, aquele rapaz jovem. Todos eles vão para a guerra sem saber se vão voltar, e se voltarem, em que estado voltarão. Não é justo viver esse jogo de xadrez, pois os enxadristas só entram no campo de batalha quando a suposta paz, obtida através de massacres já se dissolveu e o terreno parece amistoso. Nenhum presidente vai entrar numa trincheira, nenhum governador vai entrar em um avião suicida, ninguém vai chorar as mortes populares além do próprio povo. E qual é o significado disso? Qual a necessidade do homem querer destruir tudo que está a sua volta, por ganância? O filósofo inglês Thomas Hobbes já disse, "o homem é o lobo do homem", pois nenhum outro ser vivo destrói a mesma espécie como homem. Não acredito na paz mundial, isso é utopia, pois enquanto houver petróleo, diamantes, terras com recursos abundantes dando sopa por aí, o enxadrista sempre estará com seu tabuleiro embaixo do braço pronto para sacrificar milhares de peões para ganhar o jogo.