domingo, 10 de abril de 2011

A palavra que mais usam para definir o que aconteceu na escola do Rio de Janeiro é tragédia. É óbvio que foi uma tragédia, inocentes pagaram com suas vidas por conta dos problemas de um rapaz perturbado. Mas o que se pode esperar de um país onde não existe consciência nenhuma, onde o que importa é o carnaval e o futebol. Oba! Copa do mundo em 2014, e ainda mais, olimpíadas em 2016. Viva o Brasil! O país que está na moda, tão na moda que já estamos enfrentando problemas de países de primeiro mundo (a expressão pode até estar obsoleta, mas é a que melhor se encaixa em meu vocabulário até hoje!). Já ouvi gente dizendo que essas tragédias acontecem por causa dos jogos cada dia mais violentos, cheios de armas que existem e impressionam as crianças. Tá legal, não sou psicólogo, psiquiatra ou qualquer coisa do tipo, para saber se isso pode levar uma criança a ser um terrorista ou não, mas na minha concepção isso não faz sentido algum. Existem pessoas que passam a vida jogando jogos de violência e não entram em cinemas executando pessoas. Mas esse não é o foco aqui. O foco é o caso do Rio, onde eu acredito que o problema não se relacione a isso, e sim a um problema mais social. Não quero defender aqui o rapaz que cometeu essa chacina, eu acredito que a morte foi a melhor solução para ele, pois para planejar algo tão maligno como essa investida suicida, é óbvio que ele não estava com sua saúde mental em perfeito estado, e trinta anos de cadeia não o fariam uma pessoa melhor. Mas de quem é a culpa disso tudo? Das autoridades, dos civis, de Deus, do demônio?! Ninguém nunca vai saber o que levou esse rapaz a fazer o que fez, embora o cunho religioso seja o mais aparente nesse caso.  O  que fica claro é que esse país ainda anda em marcha lenta com relação a melhoria da segurança pública. O nosso sistema é falho, nosso governo é falho, a saúde não é boa, as condições de vida da maioria também não o são. E continuamos favorecendo àqueles que acham que o futebol e o samba vão salvar o Brasil. Ah! Tudo bem. Daqui um mês todo mundo já mudou de assunto mesmo, e só vão se lembrar desse fato lamentável na retrospectiva do fim de ano da globo. Não tenho crença alguma, e desde que me entendo por gente venho pensando que a religião é o ópio do povo. o ópio não, o placebo do povo. E vejo que não é só isso, tem muito mais problemas que são tratados com a velha política do pão e circo do que deveriam. O luto não adianta de nada. Talvez a luta traga algum resultado. A luta contra a desigualdade, que é a base desse problema todo, que marcou a vida das famílias das vítimas. Eles não vão esquecer disso em 2014. Nem em 2016.

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