segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Solitudine

Não adianta escrever sobre o tempo. Ele não respeita ninguém. É comum a todos, favorece alguns e esquece de outros. Faz falta viver tudo de novo. Fazem falta aqueles que se foram. Não dá pra entender. O tempo, não dá pra entender o tempo.

Um nó na garganta, uma lágrima petrificada. Não escorre do olho. Não ousa cair, pois se cair, traria com ela muitas outras. 

Desaprendi a chorar. Desaprendi a enganá-lo, a dominá-lo.

Saudades é um sentimento engraçado. Tem vida própria. Algumas vezes bate uma saudadezinha boa, um aperto no peito gostoso. O choro sobe à garganta, mas não sai. Mas as vezes a saudade vem triste. Tom Jobim já disse que tristeza não tem fim, e que a felicidade sim!

Fico me perguntando quando vou reencontrar o choro novamente. Independente de tristeza ou de felicidade, apenas queria ver novamente meus olhos marejados. Engraçado sentir saudades de chorar. Mas é preciso lavar a alma (ah, o clichê de falar d'alma).

Em tão pouco tempo de vida, pareço ter vivido bem mais do que isso. Não tenho a sapiência que gostaria de ter, não consigo explicar muitas coisas que uma pessoa de 70 anos consegue. Tenho a curiosidade de ser velho, pois na velhice, as lágrimas voltam. É fácil chorar como uma criança. 

Me lembro de ver minha avó chorando. Lembro de uma vez em que deitei ao seu lado e a vi chorando. Lembro dos olhos vermelhos. Lembro que o motivo do pranto era banal, mas mesmo assim, lágrimas são lágrimas.

Não faz sentido buscar as lágrimas, quando todos lhe querem com um sorriso no rosto. Mas se não houvesse a necessidade das lágrimas, não faria sentido sua existência.

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