quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Me-do

A noite vem triste
Antes da madrugada
O medo bate à porta
Pouco antes da alvorada
A alegria chega cedo
Na manhã ensolarada
E a vida se repete
Pra terminar num eterno nada.

Vontade de escrever
Botar pra fora
Fazer sucesso
Ser lembrado

Às favas.

O que importa é expor tais sentimentos.

Não. Acho que não.

Numa conversa comigo mesmo ainda minto. Omito. O motivo eu não sei, mas sinto que isso acontece.

Poesia não é difícil. Ela simplesmente acontece. Basta estar disposto e atento pra acolhe-la.

Mais uma noite
Cheia de pensamentos
Pensamentos de medo
Que virarão pesadelos
Pra culminar com a alvorada
Bela e resplandescente
Que irá confortar
Os pensamentos da mente.

Parece fácil rimar, encaixar as palavras, tornar tudo métrico, de encaixe perfeito. Mas tem que fazer sentido, porque isso é o que importa, passar a mensagem, de forma reta e não torta.

Eu tenho medo e já aconteceu
Eu tenho medo e ainda está por vir
Morre o meu medo isso não é segredo
Eu mando buscar outro, lá no Piauí.

Isso é Belchior. Parece não ter sentido, mas tem. Pra caralho.

Desafia o medo
Torna-o teu amigo
Traga-o pra perto
Pra cima do umbigo.

Que a noite se finalize
Com um sono profundo
Ao som de Tim Maia
Que amanhã tem mais mundo.

Ainda tentando evitar a soberba.


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